Primeiro de Junho, São Justino
O santo que celebramos hoje, nos relata como era a missa na Igreja primitva
Desde o século II, temos o testemunho de São Justino, mártir, sobre as grandes linhas do desenrolar da celebração eucarística. Permaneceram as mesmas até aos nossos dias, em todas as grandes famílias litúrgicas. Eis o que ele escreve, cerca do ano 155, para explicar ao imperador pagão Antonino Pio (138-161) o que fazem os cristãos:
«No dia que chamam Dia do Sol, realiza-se a reunião num mesmo lugar de todos os que habitam a cidade ou o campo.
Lêem-se as memórias dos Apóstolos e os escritos dos Profetas, tanto quanto o tempo o permite.
Quando o leitor acabou, aquele que preside toma a palavra para incitar e exortar à imitação dessas belas coisas.
Em seguida, levantamo-nos todos juntamente e fazemos orações» (175) «por nós mesmos […] e por todos os outros, […] onde quer que estejam, para que sejamos encontrados justos por nossa vida e acções, e fiéis aos mandamentos, e assim obtenhamos a salvação eterna.
Terminadas as orações, damo-nos um ósculo uns aos outros.
Depois, apresenta-se àquele que preside aos irmãos pão e uma taça de água e vinho misturados.
Ele toma-os e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, pelo nome do Filho e do Espírito Santo, e dá graças (em grego: eucharistian) longamente, por termos sido julgados dignos destes dons.
Quando ele termina as orações e acções de graças, todo o povo presente aclama:Ámen.
[…] Depois de aquele que preside ter feito a acção de graças e de o povo ter respondido, aqueles a que entre nós chamamos diáconos distribuem a todos os que estão presentes pão, vinho e água “eucaristizados” e também os levam aos ausentes»Fonte: Catecismo da Igreja Católica, n° 1345.
MAIO
SANTOS DO DIA
DIA 26: SÃO FILIPE NÉRI (1515-1595)
Nascido em Florença, estabeleceu-se em Roma onde custeou seus estudos. Tinha um grande coração e consagrava seus momentos de lazer ao “serviço voluntário”. Não hesitou em vender seus livros para acudir uma família necessitada e nem a estender a mão aos passantes para com a esmola obtida socorrer as necessidades dos meninos pobres. Teve uma experiência mística quando seu coração se dilatou a ponto de se lhe dilatarem as costelas.
Aos 36 anos recebeu a ordenação sacerdotal. Era dotado de grande simpatia, valendo-se desta para atrair outros jovens sacerdotes ao seu apostolado, criando, assim, a Congregação do Oratório de Vallicella. Seu método educativo tinha como lema a expressão: “Educa-se quando se sabe amar”.
Foi canonizado em 1622 e seu corpo está sepultado na igreja por ele restaurada e ampliada, chamada pelos romanos de “Chiesa Nuova”.
DIA 27: SANTO AGOSTINHO DE CANTUÁRIA
As primeiras comunidades cristãs na Grã-Bretanha remontam ao ano 300, embora haja uma lenda que diz ter sido José de Arimateia o evangelizador da ilha. Com a invasão dos saxões, as religiões dos invasores tomaram o lugar da religião cristã.
No século VI, o rei do Kent esposou uma princesa cristã, filha do rei de Paris, a qual solicitou de presente ao seu cônjuge uma igreja e padres católicos para a celebração dos ofícios divinos. O pedido chegou ao papa Gregório Magno que confiou a missão ao prior Agostinho, o qual recebeu a sagração episcopal.
Na sede da Cantuária, após a construção da abadia que recebeu o nome de Agostinho, a cidade passou a ser a capital religiosa da Inglaterra. Reis e súditos receberam o batismo e Agostinho recebeu do papa o pálio e a nomeação de arcebispo primaz da Inglaterra. O papa Gregório e Agostinho morreram no mesmo ano, coroados pela auréola de santidade.
DIA 28: SÃO GERMANO (496-576)
Germano não teve uma infância feliz. Rejeitado pela mãe e por uma tia, foi privado do afeto familiar. Viveu isolado de todos até que o bispo Agripino o tornou diácono e depois ordenou-o sacerdote. Com a morte de Agripino, o sucessor nomeou-o abade do mosteiro de São Sinforiano, onde Germano introduziu as regras beneditinas.
Foi chamado pelo rei para curar-lhe de uma enfermidade e Germano o curou não só do corpo como também do espírito. Reconhecido, o rei mandou construir um mosteiro beneditino fora da cidade. Esta foi a origem do mais célebre mosteiro de Paris, o Saint-Germain-des-Prés, importante centro de espiritualidade beneditina.
Com a morte do bispo, Germano foi nomeado seu sucessor. Era chamado “pai dos pobres”. Seu corpo foi conduzido em procissão à igreja que leva seu nome, na presença do rei Pepino, o Breve, e do jovem Carlos Magno.
DIA 29: SÃO MAXIMINO (349)
Considerado por São Jerônimo como um dos homens mais ilustres de seu tempo e “um dos bispos mais corajosos”. Conta a lenda que durante uma viagem a Roma, Maximino foi atacado por um urso que devorou o jumento que carregava na garupa suas bagagens. Em seguida, Maximino, tendo assistido impávido a trágica cena, obrigou o urso a transportar as bagagens.
Maximino teve que lutar contra Constâncio, imperador de Constantinopla, que mandara para o exílio os bispos ortodoxos Santo Atanásio, de Alexandria, e São Paulo, de Constantinopla, aos quais prestou apoio e hospitalidade. Acabou por conseguir que o imperador permitisse que os dois bispos voltassem as suas respectivas dioceses.
Maximino morreu longe de sua sede, mas seu corpo foi trasladado para a basílica de São João, que mais tarde recebeu o nome de São Maximino.
DIA 30: SANTA JOANA D’ARC (1412-1431)
Aos 17 anos de idade, Joana, a inculta camponesa, nascida numa aldeia francesa, obedecendo às vozes misteriosas que lhe chegaram, enquanto pastoreava as ovelhas, convidando-a a tomar as armas contra os poderosos invasores ingleses, viu-se à frente do exército francês e derrotou o mais aguerrido exército inglês. Em seguida, coroou Carlos VII, como rei da França, e quando este, tímido e ingrato, desistiu da luta, ela continuou com os poucos homens que se mantiveram ao seu lado.
Mas, ao cair numa emboscada, foi traída e vendida por alto preço ao duque de Luxemburgo. Processada por um Tribunal eclesiástico, presidido pelo bispo de Beauvais. Joana apelou ao papa, sem que sua voz chegasse a Roma.
Com 19 anos, subiu ao patíbulo em praça pública e foi queimada viva, suplício reservado às pessoas consideradas bruxas. Após 20 anos, os autos do processo foram revistos, a verdade restabelecida com a completa absolvição da heroica jovem.
Teve início um movimento de devoção popular à jovem donzela, culminando com sua elevação à honra dos altares pelo papa Bento XV, sendo dois anos após, em 1922, escolhida como padroeira da França.
DIA 31 DE MAIO: VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA
A visita de Maria à prima Isabel, grávida de João Batista, é um dos eventos da vida da Virgem comemorados com uma festa. Essa festa litúrgica foi estendida a toda a Igreja pelo papa Urbano VI, para impetrar da Virgem a unidade dos cristãos, até então divididos por causa da contestada eleição do pontífice.
A Visitação é proposta a nossa meditação no segundo mistério gozozo do Rosário. Maria empreendeu uma viagem fatigante até a casa de Isabel. Foi um encontro sem aviso prévio, fixado na história da devoção mariana pela saudação que Isabel dirigiu à Mãe de seu Senhor”, a qual se repete durante séculos na recitação da Ave Maria, como um eco que se multiplica ao infinito.
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